África avança hoje para o “último quilómetro” rumo à erradicação da poliomielite na Região
Brazzaville, 21 de Agosto de 2019 – África alcança hoje um importante marco – três anos sem qualquer caso detectado de poliovírus selvagem.
Este marco dos três anos desencadeia um processo exaustivo de avaliação pela Comissão Regional Africana de Certificação para determinar se toda a Região Africana da OMS, que inclui 47 países, pode ser declarada como tendo erradicado o poliovírus selvagem. Espera-se que a certificação de que a Região Africana da OMS está livre do poliovírus selvagem seja emitida no início de 2020.
“Estamos confiantes de que em breve estaremos a celebrar a certificação de que, de uma vez por todas, os países expulsaram a poliomielite da África”, afirmou a Dr.ª Matshidiso Moeti, Directora Regional da OMS para a África.
Se o processo de avaliação comprovar que o poliovírus selvagem foi erradicado, a África juntar-se-á às 4 regiões da OMS - As Américas, o Pacífico Ocidental, a Europa e o Sudeste Asiático - que já foram distinguidas. Ficará a faltar apenas a Região do Mediterrâneo Oriental, que ainda está a trabalhar no sentido de travar o vírus.
A Dr.ª Moeti elogiou a resiliência e o forte empenho do continente em travar o vírus e ultrapassar desafios difíceis. “A jornada para a erradicação da poliomielite em África exigiu um esforço gigantesco de coordenação multinacional sem precedentes, disponibilizando vacinação a centenas de milhões de crianças e levando a cabo campanhas de vacinação em algumas das localidades mais remotas do mundo, com vigilância exaustiva para detectar atempadamente surtos, incluindo em populações nómadas”, afirmou. “Envolveu a colaboração voluntária de milhares de homens e mulheres, que em certas ocasiões colocaram as suas vidas em perigo ou até sacrificaram-nas por este trabalho”.
Também referiu que “estes êxitos não teriam sido possíveis sem a incrível perseverança dos países e parceiros da Iniciativa Mundial de Erradicação da Poliomielite, que mobilizaram os recursos financeiros e técnicos necessários para concretizar este trabalho”.
Os elogios de hoje devem ser acompanhados por prudência em relação aos desafios persistentes inerentes à cobertura vacinal, necessária para proteger as comunidades de estirpes raras de poliovírus não selvagem que podem surgir quando uma população não está totalmente vacinada.
Alcançar todas as crianças com vacinas que salvam vidas, assim como reforçar a vigilância e a vacinação de rotina em toda a Região será essencial para manter os progressos contra o poliovírus selvagem e outras estirpes.
Desde que o último caso de poliovírus selvagem foi detectado, em 21 de Agosto de 2016, na Nigéria, o governo organizou, por exemplo, mais de uma dúzia de campanhas de vacinação suplementares com a vacina oral da poliomielite, procurou reforçar a vacinação de rotina, melhorou as suas redes de vigilância e implementou estratégias inovadoras (publicitar a vacinação, pontos transfronteiriços e proximidade às populações nómadas) para alcançar mais crianças com as vacinas da poliomielite.
Além disso, com a declaração do último caso de poliovírus selvagem na Nigéria como uma emergência de saúde pública sub-regional da Bacia do Lago Chade, os trabalhadores da poliomielite dos Camarões, Chade, Níger e Nigéria mapearam meticulosamente as muitas ilhas do Lago Chade e viajaram durante horas de canoa para chegarem pela primeira vez a centenas de povoações, lançando um novo sistema de vigilância electrónico baseado numa aplicação chamado de e-Surve para localizar o vírus nos seus derradeiros esconderijos.
Apesar dos progressos, vários desafios remanescentes - incluindo a falta de acessibilidade devido a conflitos e à insegurança em algumas áreas, variações na qualidade das campanhas, grandes populações móveis e, em algumas instâncias, recusa por parte dos pais - preveniram os profissionais de saúde de alcançarem todas as crianças em todo o lado com as vacinas da poliomielite.
A cobertura vacinal de rotina inadequada permanece um desafio fundamental em alguns países. Consequentemente, surtos de poliovírus derivado da vacina em circulação - uma ocorrência rara em comunidades com baixos níveis de imunidade populacional - são ainda possíveis em vários países do continente africano.
“O marco deste mês de Agosto em relação ao poliovírus selvagem é um sinal positivo de progressos em todo o continente, mas o nosso trabalho ainda não acabou,” afirmou a Dr.ª Moeti. “Devemos permanecer vigilantes nos nossos esforços de vacinação e de vigilância: todos os países devem continuar a garantir que estão activamente à procura do vírus e a alcançar todas as crianças com vacinas.”
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